Campanha: “Chega de Fiu Fiu”

Achei super significativo uma reportagem que vi no jornal Folha de São Paulo, com titulo “Mulheres se impõem contra cantadas de rua e criam grupos para entender o feminismo”.

São poucas as mulheres que batem  de frente com os homens que mexem com elas, mas muitas têm achado outras maneiras de reclamar. Enquanto as redes sociais servem de ferramenta de debate e campanhas virtuais para as que se incomodam com problema, mas não pretendem ser ativistas,

Nos relatos sobre assédio sexual na internet, internautas têm postado fotos dos agressores captadas por celulares, principalmente dentro de trens e ônibus. Nos comentários, é comum ver menções à campanha “Chega de Fiu Fiu”

Em setembro do ano passado, uma enquete virtual de mesmo nome perguntou o que as mulheres achavam das cantadas. As respostas de 7.762 participantes mostraram que apenas 17% das entrevistadas as consideram “algo legal” e que 81% já deixaram de fazer algo temendo o assedio.

 

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Após o resultado, a pesquisa virou uma campanha. Slogans como “Caminhar por um espaço  público não torna meu corpo público” e “Você acha que gritar ‘ô gostosa’ na rua é elogio?, fazem parte do material que passou  a circular pela internet.

“Essa liberdade que existe de poder agredir uma mulher  na rua pode levar a atitude muito mais violentas. Não é algo que pode ser tratado como normal”, diz jornalista Juliana de Faria, 29, criadora do site Think Olga, que  discute temas femininos e que divulgou a pesquisa. Este site tem a uma campanha, que tem um mapa interativo para que as vítimas registrem os lugares onde sofreram assedio.

“Quando um cara te chama de linda na rua, está invadindo o seu espaço”, diz a socióloga Bárbara Castro, 29, que faz parte do projeto. “O que queremos é uma mudança de mentalidade da sociedade a respeito disso.”

A publicitária carioca Luíse Bello, 24, que veio do Rio de Janeiro apenas  para reunião . “Quando descobri a campanha (’Chega de Fiu Fiu”) vi que não era só  eu que me sentia mal com isso”, conta ela, que afirma ter se “aprofundado” no feminismo desde então. “Tem gente que diz que as feministas são mal amadas. Toda mulher  é mal amada pela sociedade, temos que pensar sempre no nosso comportamento, em coisas como ter  que mudar de roupa para sair”, diz.

A nova plataforma do “Chega de Fiu Fiu” deve estrar no ar neste mês. A ideia é que o material publicado sirva como base para gerar outras campanhas que alertam sobre a violência contra a mulher.

O medo das mulheres tem crescido, pois desde 2012 conforme decisão do Supremo Tribunal Federal aos agressores, enquadrados na lei Maria da Penha, não serão mais denunciados pela vítima. Anterior à decisão o agressor só era preso ou processado diante da denúncia da vítima. Na maioria das vezes o agressor é alguém bem próximo (marido, namorado ou amasio), e por coação ou medo a mulher retirava a queixa, deixando em liberdade aquele que lhe fizera uma das inúmeras vítimas que engrossam a vasta lista de agressões.

Esse tipo de atitude é comum na cultura brasileira, segundo a historiadora Mary Del Priore , autora do livro “Historias e Conversas de Mulher” (R$29, 312págs, Planeta). “As mulheres também são machistas quando não deixam seus maridos lavarem a louça ou os filhos meninos fazerem as camas”, diz. “Não é no setor público que se operam as grandes transformações, mas no privado. É lá que cada uma de nós tem de suprimir a pequena machista que existe dentro de si”.

De acordo com a delegada Maria Raquel Correggio, da 5° Delegacia de Defesa da Mulher, na zona leste, ela comunica que se as mulheres que se sentirem ofendidas com um assedio na rua podem, sim, registrar um boletim de ocorrência. “O agressor vai receber uma intimação, terá que prestar depoimento e pode ter de prestar depoimento e pode ter de prestar serviço comunitário com pena, afirma”.

Vamos fazer nossa parte, vamos lutar pelos nossos ideais feministas que assim nos valorizemos como realmente somos, não apenas como um objeto de desejo.

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